Rothko
Aspectos formais
Rothko trabalha os contrastes para criar essa pulsação.
Vejamos o quadro acima.
Contraste claro/escuro. Qto maior for a for o intervalo mais
a cor clara se ilumina e mais a cor escura se rebaixa.
As cores avermelhadas se contrastam com as esverdeadas e se
realçam simultaneamente. No quadro acima, o violáceo (mais avermelhado) se realça pelos azulados q
se tornam esverdeados. Mas como são cores afins tbm se rebaixam. Note-se uma
menor luminosidade da aera violácea em comparação com a área azulada.
Duas cores próximas por afinidade tendem a se rebaixar. O
intervalo entre o escuro da borda e o da faixa entre as cores azuladas e violáceas
faz sobretudo esta se romper, e assim possibilitar a manifestação do cinza
sempiterno.
Como as cores, q se dão no tempo como concretas adjetivas ora
convergem, ora divergem do cinza sempiterno simultaneamente. Esse cinza
sempiterno antes de se manifestar no quadro é um ponto sem nenhuma dimensão.
Daí ser um pré ou pós fenômeno. Nele ñ há nem tempo nem espaço. Um zero. Ma um
vazuio-cheio na medida q é uma potência.
As bordas em Rotko possibilitam o plano pictórico. As cores,
entretanto, têm movimentos concêntricos e excêntrico considerando-se o cinza
sempiterno como um ñ espaço e ñ tempo.
Outras considerações
Esses contrastes criam uma oscilação. Reportam-se, assim, ao
Q venho desenvolvendo em relação ao serpenteamento vinciano. O espaço plástico
se anima com o serpenteamento gerado por essa oscilação. E mais ainda: segundo
Leonardo da Vinci evita q a pintura morra por uma segunda vez. Temos então a
questão de vida, morte e ressurreição. Talvez isso explique a aproximação de
Rothko com Cézanne que afirmou que a arte é uma religião. E também porque
Rothko não se considerava um pintor abstrato.
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