quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

 

Das cores e coloridos

 

Digo que no gráfico as cores ficam subordinadas às formas, desde quase a ausência das cores, até uma maior presença. Já no pictórico as formas ficam subordinadas ás cores, quase como uma ausência das formas até uma maior presença. Mas considero o gráfico e o pictórico não com valores absolutos.

 

Quando descartei o círculo cromático iluminista pensei nas cores abstratas e nas concretas. As cores abstratas são substantivas, subsistem por si só, são cores de lembrança, portanto atemporais. As cores concretas adjetivas são um par, contém em si suas respectivas opostas, se rompem quado sobre elas se sobrepõem suas respectivas pós-imagens e sua condição é ser nos coloridos. Também não considero as cores abstratas e concretas em termos absolutos.

 

O pintor lida tanto com o gráfico e o pictórico, e com as cores abstratas e concretas simultaneamente.

 

Leonado da Vinci afirmou que eram seus as cores simples, o branco, o amarelo, o verde, o azul, o vermelho e o preto nessa ordem, portanto construiu uma escala cromática. Leonardo da Vinci fez uma ressalva. Apesar dos filósofos consideram o branco a presença de todas as cores e o preto, a ausência delas, ele, como pintor teria de considerar o branco e o preto como cores. Portanto, o branco e o preto seriam passagem dos claros para os escuros, ou para as sombras para as luzes. . Temos, assim, passagens menos cromáticas e as outras quatro mais cromáticas. Se pensarmos plasticamente, longe do automatismo verbal, podemos realizar uma infinidade de escalas cromáticas. Teremos os claros e escuros e os pares azulados e amarelados, e esverdeados e avermelhados, vale dizer, as cores e suas opostas.

 

Por ter descartado o círculo iluminista, pude repensar no rompimento do tom não mais como misturas pigmentares. Digo, se considero a cor concreta adjetiva, um tom se rompe quando sua pós-imagem se sobrepões no tom. Se é uma pós-imagem ou imagem posterior, evidentemente, ela em si é uma ideia de tempo. Portanto as cores concretas adjetivas têm uma dimensão temporal. Já as abstratas substantivas são atemporais na medida que subsistem por si mesmas.

 

Quando temos uma cor e seus rompimentos, que têm um limite, todos no mesmo valor, mas evidente será sua dimensão temporal e sua modulação.

 

Já quado um tom se rompe em direção de sua oposta ou clareando, ou escurecendo, ela pode se tornar mais gráfica, portanto mais modelada na medida em que vai prevalecer as cores subordinadas ao claro escuro. Portanto mais modeladas.

 

Mas se considerarmos as passagens sombra luz perceberemos uma modulação. Como exemplo segue um quadro do pintor Kanstantitinovich Aivazalovisky, pintado no século XIX.

 

Cézanne diz que um quadro é uma lição. Se refere a um cinza que está na natureza dificílimo de alcançar. Digo q esse é o cinza sempiterno. É um não espaçom um não tempo. Quando se manifesta é um pré ou pós fenômeno.

 

Nesse quadro abaixo certamente o pintor não distinguia a cor abstrata da substantiva. E o espaço plástico ainda é o remoto. Mas certamente é uma lição.