O REAL, A COR CONCRETA ADJETIVA E A
ABSTRATA SUBSTANTIVA
Diremos
que o real é essa presença não visível, uma insubordinação, uma transgressão
(uma posição artística0, uma não ilusão, uma intuição. Uma cor inserida em m
colorido como concreta adjetiva assume o cinza sempiterno e certa espessura
cromática como movimentos de profundidade e lateralidade, pois essa
transparência nos é dada pelas inúmeras dimensões da cor. Opõe-se à cor
abstrata substantiva que é opaca (em face da sua relação com o tátil),
bidimensional, fixa e limitada.
A
Condição da cor concreta adjetiva é ser no colorido. Fora do colorido, a cor
adquire um valor absoluto passando a ser abstrata substantiva. A cor idealizada
habilita-nos a uma visão mais analítica, mas diferenciada do espaço plástico. A
cor concreta adjetiva habilita-nos a uma
visão menos diferenciada, mais sincrética ou mais holística. Deve ressaltar,
ainda, que a cor é um fenômeno subjetivo, isto é, dependendo do observador ou
testemunha, de quem advém a apreensão da dimensão temporal da cor.
Os
círculos cromáticos pós-newtonianos consideravam as cores como absolutas
entendendo-as basicamente em duas dimensões. A única variação nesta
bidimensionalidade foi a oferecida por alguns teóricos que incluíram o branco,
o preto e as gradações entre eles, considerando-os neutros ou não cores, para a
partir daí construir, racionalmente, um sistema cromático em três dimensões,
circunscrito a uma forma geométrica determinada, uma esfera geralmente.
Do livro da Cor e o cinza
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