sexta-feira, 14 de junho de 2013

O real, a cor concreta adjetiva e a abstrata substantiva. O círculo cromático tradicional



O REAL, A COR CONCRETA ADJETIVA E A ABSTRATA SUBSTANTIVA

                Diremos que o real é essa presença não visível, uma insubordinação, uma transgressão (uma posição artística0, uma não ilusão, uma intuição. Uma cor inserida em m colorido como concreta adjetiva assume o cinza sempiterno e certa espessura cromática como movimentos de profundidade e lateralidade, pois essa transparência nos é dada pelas inúmeras dimensões da cor. Opõe-se à cor abstrata substantiva que é opaca (em face da sua relação com o tátil), bidimensional, fixa e limitada.
                A Condição da cor concreta adjetiva é ser no colorido. Fora do colorido, a cor adquire um valor absoluto passando a ser abstrata substantiva. A cor idealizada habilita-nos a uma visão mais analítica, mas diferenciada do espaço plástico. A cor concreta adjetiva  habilita-nos a uma visão menos diferenciada, mais sincrética ou mais holística. Deve ressaltar, ainda, que a cor é um fenômeno subjetivo, isto é, dependendo do observador ou testemunha, de quem advém a apreensão da dimensão temporal da cor.
                Os círculos cromáticos pós-newtonianos consideravam as cores como absolutas entendendo-as basicamente em duas dimensões. A única variação nesta bidimensionalidade foi a oferecida por alguns teóricos que incluíram o branco, o preto e as gradações entre eles, considerando-os neutros ou não cores, para a partir daí construir, racionalmente, um sistema cromático em três dimensões, circunscrito a uma forma geométrica determinada, uma esfera geralmente.

Do livro da Cor e o cinza

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