quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

O desenho em Cézanne



O desenho em Cézanne

Cézanne me parece um inovador também como desenhista. Temos que dar um tempo, ou melhor, que esse tempo em nós se manifeste para termos outra percepção de seus desenhos. Certamente o esforço que ele empreendeu na pintura para
conseguir que cor e forma se tornassem simultâneos o tenha permitido dar ao desenho uma autonomia, tantos foram os estudos por ele realizados nesse procedimento. Afasta-se, dessa forma, ao que Vasari preconizava quando afirmou que o desenho era o pai das três artes, a pintura, a escultura e a arquitetura. Tem aquela famosa frase de Cézanne na qual ele diz que a medida que pintamos, desenhamos, etc. Penso que nos desenhos dele o principal mesmo é o serpenteamento vinciano. Aquilo que discuto: o importante em Leonardo é pensar teoricamente o contorno dos objetos como serpenteamentos. E assim vejo que os desenhos de Cézanne se ocupam mais de uma construção de um espaço do que uma representação de figuras ou formas. Parafraseando o mestre podemos fizer que na medida em que o espaço vai se construindo por contrastes de claro escuro, as formas vão se consolidando.


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