domingo, 8 de janeiro de 2017

Luiz Áquila: O pensamento plástico, o saber do olho segundo Poussin, a pincelada, e os valores hápticos e o corpo da pintura segundo Deleuze

Para se compreender a pintura de Luiz Áquila é importante um saber do olho como nos adverte Poussin. Por esse saber desenvolvemos nosso pensamento plástico. Assim temos uma pincelada além de sua condição de simples pincelada, ou de seu simples aspecto. Como não considero as coisas como valores absolutos, temos também a possibilidade de nomeação: isto é uma pincelada, mas claro, sem os desdobramentos que lhes dá Magritte . Vemos nos quadros de Áquila as pinceladas construindo um espaço plástico, da primeira à última, portanto, permitindo uma dimensão temporal. Podemos dizer, então, que é uma pintura processo na qual percebemos as misturas pigmentares inicias se transformado em outras cores.
Cabe aqui falarmos do poema processo, um movimento ocorrido nas cidades do Rio de Janeiro e Natal, na década de setenta, como um desdobramento da poesia concreta. Citemos aqui Moacir Cirne.
“E aqui estamos diante de uma diferença radical em relação à poesia concreta, por exemplo: toda poesia concreta é acabada, “fechada”, monolítica; já o poema/processo, para ser de fato um poema/processo, implica trans/formações.”
O fato é que as pinturas de Áquila chegam a um todo. Percebemos, seguindo as ideias de Deleuze, os valores hápticos e como consequência o corpo da pintura.




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