segunda-feira, 4 de março de 2019

Teoria das cores, de Aristóteles até hoje 2 - Van Eyck, Leonardo da Vinci, Cézanne e Boticelli


Teoria das cores, de Aristóteles até hoje 2 
Depois de Aristóteles outro teórico das cores pode ser citado: Alberti. Para ele eram quatro as cores essenciais: o vermelho, o verde, o azul e o cinza, este para as variações do claro escuro. Alberti enfatizava a importância do relevo e de um colorido natural no qual as cores locais eram respeitadas. Prevalecia, portanto, o primado do desenho. 

Agora um parêntesis. 

No ano 1434 Van Eyck pinta o famoso quadro, o Casal Arnolfini. Mostra uma classe social ascendente. É um quadro de dimensões pequenas. O espaço plástico ocorre além do suporte, portanto, é um espaço plástico remoto. Vêmo-lo por uma visão mono ocular. O colorido é natural, mas as cores e os objetos são simbólicos. Quase cinquenta anos depois Leonardo da Vinci pinta a Mona Lisa. Nesse quadro Leonardo nos mostra como essa classe social vê o mundo. Vemos a Mona Lisa em seu tamanho natural, ou seja, Leonardo representa o espaço imediato, esse no qual nos orientamos através de uma visão bi ocular. Os historiadores de arte dizem que Leonardo introduziu o esfumato em pintura para resolver os limites dos corpos. Esfumato é um procedimento. Para Leonardo os limites dos corpos são uma questão da teoria da pintura. Diz ele no Tratado da Pintura: "Devemos observar com muito cuidado os limites de qualquer corpo e o modo como serpenteiam para julgar se suas voltas participam de curvaturas circulares ou concavidades angulares." Seguem as imagens.





 Van Eyck




 Leonardo da Vinci


Abrimos aqui um parêntesis. No quadro de Cézanne abaixo, A cabana de Jordão, podemos observar como ele percebeu o serpenteamento vinciano, as concavidades angulares. Vemos a chaminé tanto inteira, como o que está atrás dela, o céu.



Cézanne

Fecha-se o parênteses.

Com Leonardo iniciam-se as discussões entre coloristas e desenhistas. No Tradado da Pintura ele critica Boticelli por contornar as figuras com um traço, atenuar o relevo e tratar o espaço com uma visão mono ocular.
 

Boticelli 

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