Teoria das cores, de Aristóteles até hoje 2
Depois de Aristóteles outro teórico das cores pode
ser citado: Alberti. Para ele eram quatro as cores essenciais: o vermelho, o
verde, o azul e o cinza, este para as variações do claro escuro. Alberti
enfatizava a importância do relevo e de um colorido natural no qual as cores
locais eram respeitadas. Prevalecia, portanto, o primado do desenho.
Agora um parêntesis.
No ano 1434 Van
Eyck pinta o famoso quadro, o Casal Arnolfini. Mostra uma classe social
ascendente. É um quadro de dimensões pequenas. O espaço plástico ocorre além do
suporte, portanto, é um espaço plástico remoto. Vêmo-lo
por uma visão mono ocular. O colorido é natural, mas as cores e os objetos são
simbólicos. Quase cinquenta anos depois Leonardo da Vinci pinta a Mona Lisa.
Nesse quadro Leonardo nos mostra como essa classe social vê o mundo. Vemos a Mona
Lisa em seu tamanho natural, ou seja, Leonardo representa o espaço imediato,
esse no qual nos orientamos através de uma visão bi ocular. Os historiadores de
arte dizem que Leonardo introduziu o esfumato
em pintura para resolver os limites dos corpos. Esfumato é um procedimento. Para Leonardo os limites dos corpos são
uma questão da teoria da pintura. Diz ele no Tratado da Pintura: "Devemos observar com muito cuidado os limites de
qualquer corpo e o modo como serpenteiam para julgar se suas voltas participam
de curvaturas circulares ou concavidades angulares." Seguem as imagens.
Van
Eyck
Leonardo da Vinci
Abrimos
aqui um parêntesis. No quadro de Cézanne abaixo, A cabana de Jordão, podemos observar como ele percebeu o
serpenteamento vinciano, as concavidades angulares. Vemos a chaminé tanto
inteira, como o que está atrás dela, o céu.
Cézanne
Fecha-se
o parênteses.
Com Leonardo iniciam-se as discussões
entre coloristas e desenhistas. No Tradado
da Pintura ele critica Boticelli por contornar as figuras com um traço,
atenuar o relevo e tratar o espaço com uma visão mono ocular.
Boticelli
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