Formulário
Seu aparecimento na Internet
Foi no início de tudo com o Formulário (óleo sobre palel colado
em eucatex, 74 x 49 cm, 1968) que foi ao ar na década de 90 pela
Internet graças a meu grande amigo, BobN. Tentei expô-lo. Era o ano de
1968! Não consegui, por motivos que ainda hoje não sei. O quadro tinha
uma certa conotação política, em verde e amarelo, meu nome em vermelho
e, em semitons desse vermelho, na verdade tons rompidos, várias
inscrições das palavras sim e não, contra e a favor; Utilizava-me desses
tons rompidos não como os penso hoje, mas como deles me informei
quando, ainda adoelscente, li o Tratado da Paisagem de André Lhote.
Àquela época já pensava vagamente nessas questões que, com o
tempo, fui desenvolvendo com menos insegurança, como o permantente (o
formulário com seus campos para serem peenchidos) e o transitório (os
campos absurdamente peenchidos), a realidade concreta e a idealizada, o
substantivo e o adjetivo, a dualidade e uma outra opção entre o sim e o
não (ou um segrerdo do impossível de ser revelado), etc. Gostava e
ainda gosto desse quadro. Cheguei mesmo a prepara uma exposição. Nâo
encontrei espaço e a crítica que recebi foi adversa. Rasguei alguns
quadros, muitas anorações e abandonei a pintura. Retornei à pintura e às
anotações em 1973.
Fui trabalhar, então, Rede Ferroviária de Armazéns Ferais - AGEF.
Era chefe a seção de Organização e Métodos. Escrevi as normas para a
padronização dos formulários. Na verdade estava, inconscientemente,
definindo meu projeto plástico. Esse projeto tangenciava algumas
questões discutidas pelo movimento francês superficie-suporte. Desse
movimento pouco sabia. Parei de pensar em pintura em 1960, por
desilusão, falta de rumo, e de pintar em 1964. Nesse recomeço em 1967 de
retornar à pintura dizia que o formulário era o suporte - um emaranhado
de campos que se realacionavam entre si por subordinação ou
coordenação. Dizia também que uma realidade podeia se desdobrar em
outras de forma que por essas realidades seria possível possível ter-se
uma infinidade de linhas de pensamento que terima seu limite em um
estado de connfusão. Vim a saber, depois, que nessa época surgiu a
geometria dos fractais e a teoria do caos. Meu trabalho tem algumas
coisas em comum com essas descobertas científicas, mas não como
ilustrações. Por ter intuído tudo isso pude tocar meu trabalho com
bastante liberdade e acabei descobrindo que podeia desenvolver meu
pensamento plástico.
As cores? Sempre me interessei por elas e com os
formulários, e muto estudo do Tratado da Pintura do Leonardo da Vinci e
de Cézanne cheguei ao cinza sempierno e o serpenteamento. E hoje penso
em uma geometria das cores.
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