POEMAS PARA PROJETOR DE ELAINE PAUVOLID
Elaine
Para mim essa consciência de um espaço plástico que
você consegue é realmente muito importante. Veja, costumo dizer que, se
temos um suporte (uma tela, uma folha de papel, etc.), e se nelas
cinscuscrevemos algo, ela deixa de ser apenas o suporte e passa a ser um
suporte de uma consciência de um espaço plástico. Mas temos algo anterior (ou
entre um e outro), quando o suporte apenas deixa de sê-lo e ainda não é o de
uma consciência de um espaço plástico. Seria um pós ou pré-fenômeno? Pré por
ser anterior ao suporte de uma consciência de um espaço. Pós por ser posterior
a apenas o suporte. Nesse outro espaço onde tudo isso ocorre será que podemos
afirmar que é o local do silêncio, da ausência e, simultaneamente, o local de
uma possibilidade de ruído e presença? Um paradoxo na medida em que é um vazio
cheio? Uma outra lógica, a do terceiro incluído? A possibilidade de um poema?
Me parece que sim.
Mas você vai além com a anulação das margens do suporte. Isso
certamente pelo poder de concentração das palavras por serem também geradoras
de idéias, ou em última análise, de pensamentos (ou possibilidade de pensamentos?).
Parece-me que todas esses acontecimentos já
carregam em si uma carga poética que explode com o poema PA LA RA com a curiosa
ausência (ou a invisibilidade e silêncio) do V.
E agora, com esses poemas projetados? A mesma coisa
se repetindo em outros espaços?
Seja o que for, uma bela junção entre poesia e
pintura. Parabéns.
Vínhamos conversando sobre isso e
creio que estamos conseguindo dar alguns passos. Eu com os meus não tão largos
como os seus.
Bjs
Jm
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