sábado, 27 de abril de 2013

Silvana Jussara Szlágvi - Alquimía



Um quadro de Silvana Jussara Szlágvi

 

  Nesse quadro de Silvana Jussara Szlágvi intitulado Alquimia observa-se como são muitos os procedimentos que possibilitam uma passagem do suporte para uma consciência de um espaço plástico. Ou melhor, aquele momento em que o suporte deixa de ser o suporte e passa a ser o suporte da possibilidade de uma consciência de um espaço plástico e que, por isso, não sendo ainda nenhum e nem outro, pode ser testemunhado como um pré ou pós-fenômeno. Na ocorrência do fenômeno, quando a pintura se materializa, os contrastes se manifestam. Não somente os contrastes de coisas - cores e formas visíveis -, mas também o que essa visibilidade permite, através do pensamento plástico, ou seja, de um entendimento para quem a tudo testemunha da manifestação, entre outras coisas, do serpenteamento que anima o espaço plástico. Para que haja um contraste tem que haver uma coisa e outra e assim pode surgir no quadro, se bem executado, uma oscilação que dá origem ao serpenteamento. Essa oscilação se inicia no momento no qual há a passagem do nada (o zero?) para o todo.  O serpenteamento permite a quem testemunha esse fato pictórico ver pelos intervalos. Por exemplo, entre as formas engendradas pelo vermelho e pelo azul, pelos claros e escuros, pelo vermelho e seu rompimento, pelo tratamento das bordas e muito mais.
  Assim Silvana mostra, seguindo o que Leonardo aconselha, como não matar sua pintura por uma segunda vez.

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