Amanhece, o sol se esclarece
Armando Freitas Filho
Inicío este texto com duas citações de Paul Klee que se completam: “O pintor torna visível.” “O crepúsculo incerto do centro.”
Ao rompermos um tom sua tonalidade vai mudando em direção a sua oposta, mas o percurso é interrompido. Assim não há como tornar visíveis o cinza sempiterno e o serpenteamento que dele decorre no sentido de animar o espaço plástico antes de se tornarem fenômenos cromáticos porque se situam nessa área de não visibilidade. Tornam-se visíveis, e fenômenos, apenas quando se manifestarem na natureza, mas tanto um quanto outro se nos mostram como um outros níveis de realidade. Como pós ou pré-fenômenos nos são interditados. Isto não nos impede, entretanto, de nosso pensamento construir a lógica que os regem
e de até permitir uma figuração esquemática. Aproximamos, assim, da lógica do terveiro incluído. Seguindo o pensamento de Wittgenstein diremos também q essa lógica não esclarece o enigma.
Podemos agora afirmar que a visibilidade não é permanente, mas um processo de visibilidade e não visibilidade, uma e outra com suas lógicas próprias e interdependentes que criam uma terceira lógica. Esta minha tomada de posição, acredito, confirma o que penso: a teoria antecedendo a experimentação como uma metodologia. E também permitindo outra percepção da arte conceitual. Antes do conceito e a realização, a lógica que rege a obra.
Para uma compreenção do que pretendo mostrar transcrevo aqui uma citação do Biólogo Henry Atlan retirada de seu livro, Entre o Cristal e a Fumaça, Editora Zahar, Rio de Janeiro.
[...] a organização dos seres vivos não é estática, nem tampouco um processo que se oponha a forças e desorganização. Mas antes um processo de desorganização permanente seguida de reorganização, com o aparecimento de propriedades novas, quando a desorganização pode ser suportada e não mata o sistema. Em outras palavras, a morte do sistema faz parte da vida, não apenas por sob a forma de uma potencialidade dialética, mas como uma parte intrínseca de seu funcionamento e sua evolução: sem perturbações ao acaso, sem desorganização, não há reorganização adaptativa ao novo; sem um processo de morte controlada, não há processo de vida.
José Maria Dias da Cruz – Florianópolis – Fevereiro de 2013
Ao rompermos um tom sua tonalidade vai mudando em direção a sua oposta, mas o percurso é interrompido. Assim não há como tornar visíveis o cinza sempiterno e o serpenteamento que dele decorre no sentido de animar o espaço plástico antes de se tornarem fenômenos cromáticos porque se situam nessa área de não visibilidade. Tornam-se visíveis, e fenômenos, apenas quando se manifestarem na natureza, mas tanto um quanto outro se nos mostram como um outros níveis de realidade. Como pós ou pré-fenômenos nos são interditados. Isto não nos impede, entretanto, de nosso pensamento construir a lógica que os regem
e de até permitir uma figuração esquemática. Aproximamos, assim, da lógica do terveiro incluído. Seguindo o pensamento de Wittgenstein diremos também q essa lógica não esclarece o enigma.
Podemos agora afirmar que a visibilidade não é permanente, mas um processo de visibilidade e não visibilidade, uma e outra com suas lógicas próprias e interdependentes que criam uma terceira lógica. Esta minha tomada de posição, acredito, confirma o que penso: a teoria antecedendo a experimentação como uma metodologia. E também permitindo outra percepção da arte conceitual. Antes do conceito e a realização, a lógica que rege a obra.
Para uma compreenção do que pretendo mostrar transcrevo aqui uma citação do Biólogo Henry Atlan retirada de seu livro, Entre o Cristal e a Fumaça, Editora Zahar, Rio de Janeiro.
[...] a organização dos seres vivos não é estática, nem tampouco um processo que se oponha a forças e desorganização. Mas antes um processo de desorganização permanente seguida de reorganização, com o aparecimento de propriedades novas, quando a desorganização pode ser suportada e não mata o sistema. Em outras palavras, a morte do sistema faz parte da vida, não apenas por sob a forma de uma potencialidade dialética, mas como uma parte intrínseca de seu funcionamento e sua evolução: sem perturbações ao acaso, sem desorganização, não há reorganização adaptativa ao novo; sem um processo de morte controlada, não há processo de vida.
José Maria Dias da Cruz – Florianópolis – Fevereiro de 2013
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