domingo, 3 de março de 2013

Frase de Leonardo da Vinci no Tratado da Pintura.



Frase de Leonardo no Tratado da Pintura.

                De como as figuras que não expressam o pensamento estão duas vezes mortas.

Se as figuras não fazem os gestos vivos que mediante seus braços expressem o conceito de sua mente, tais figuras estão mortas duas vezes, pois mortas estão essencialmente, pois a pintura não é viva, senão expressão sem vida de coisas vivas, e se não se acrescenta a vivacidade do gesto morrem por uma segunda vez.

A flor e a cerca viva



Como pintor tentei no final da década de oitenta e início da de noventa resolver um problema. Observei uma cerca viva e uma flor em um sítio de um amigo. Surgiu uma posição menos contemplativa que i investigativa. Pensei: ou pintamos a flor, e perdemos a cerca viva, ou pintamos esta e perdemos a flor. Uma contradição, portanto. Disse, na ocasião, que o enquadramento, como um espaço limitado, engendraria a questão. Percebi que composição decorrente do enquadramento é m limitante. Devemos pesar em uma secção do espaço e assim composição passa a ter outro sentido. A anulação da contradição resolveu-se pela inclusão do fenômeno do rompimento do tom, que é a manifestação no quadro do cinza sempiterno, que não existe, pois é um pré ou pós-fenômeno.

Hoje posso dizer, com as novas descobertas no campo da ciência, que esse cinza sempiterno potencializa o espaço plástico e comporta-se como o terceiro incluído, anulando o contraste entre a flor e a cerca-viva. Ou como o vazio-cheio da física quântica. Mas estas lógicas não invalidam a do cinza sempiterno, assim como outras que surgirem não apagarão as verdades das que se passaram. A totalidade do quadro ultrapassa essas análises episódicas amparadas em descobertas científicas. Somos levados a citar o Eclesiastes.

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