sexta-feira, 23 de outubro de 2015

O recalque da cor na cotemporaneidade - Morandi e Cezanne e o cinza sempiterno

O recalque da cor

Raríssimos são os pintores contemporâneos coloristas. Muitos  considerados coloristas usam em seus quadros pouquíssimas cores, uma três ou quatro. Alguns deles com trabalhados com intervalos mínimos o que resulta numa ausência de contrastes. Para compensar tal pobreza, procuram uns calores táteis (pinceladas, etc.) e o resultado é uma descompensação, nenhuma reflexão, nenhuma possibilidade dialética.

Vale, então, um olhar atento às obras de Morandi. As cores são rompidas, rebaixadas, ou tristes como diria o teórico português do círculo de Miguel Ângelo, Francisco Holanda, os intervalos mínimos, mas grandes os contrastes e os valores táteis. Leva-nos às atmosferas que se interpõem entre o objeto e o pintor, atmosferas essas tão perseguidas por Cézanne. Ou, como digo, ao cinza sempiterno.

 Morandi


 Morandi

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