Além do objeto
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“Não é bastante fazer ver o que se pinta, é preciso fazer
tocar” George Braque
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O espaço albertiano
O espaço albertiano ocorre da superfície do suporte até um
ponto além dele. É um espaço plástico remoto, lá. Um quadro janela.
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O espaço plástico cezanneano
Em Cézanne o espaço plástico ocorre à frente do suporte.
Coincide com esse no qual nos orientamos. O espaço plástico passa a ser aqui.
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Frase de Cézanne: “Entre o objeto e o pintor se interpõe um
plano, a atmosfera. O mestre nos mostra
que o espaço plástico pode coincide com esse no qual nos orientamos. Duchamp
percebeu esse novo espaço. Não porque tenha seguido Cézanne, mas levado por um
espirito de época, ou da sincronicidade proposta por Jung e também para romper
com o retiniano. Quando colocou sua obra A Fonte no espaço imediato ligou-se à
tradição. Podemos dizer: tornou-se cezanneano.
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Podemos repensar o objeto considerando a cor, o
serpenteamento vinciano com um olhar não mais pelo simples aspecto, mas por um
prospectivo, como nos adverte Poussin, olhar este que considera o saber do
olho, as diversas distâncias e os eixos visuais. E ver por fora para
compreender o que está por dentro. Ou espinosamente: intuição com conhecimento.
Isso pode nos permitir uma percepção, enriquecida pelo saber do olho, além do
objeto.
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“Estou aqui, ali ou além.” T.S.Eliot
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Ler expoentes das artes plásticas é um deleite, além do ganho a se usufruir, para a alma vivente que pulsa no artista incrustado em cada ser humano
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