O fim, o
nascimento de uma quase flor, ou o cinza sempiterno
Uma
explicação bem resumida do quadro “O fim e o
nascimento de quase uma flor, ou o cinza sempiterno. No canto
inferior direito, duas cores opostas, um azulado e um amarelado, mas
rompidas que sobem em vertical mais rompidas ainda, o que dá
margem à manifestação do cinza, sempiterno. Há
uma ordem também. O cinza sempiterno vai dar origem às
cores do lado esquerdo, mas em uma situação caótica,
e obedecendo uma lógica. Algumas cores escuras se rompem até
o centro em direção ao cinza sempiterno e perdem
cromaticidade. Outras que estão estão também
rompidas se encaminham para o centro ganhando cromaticidade, ou seja,
com um movimento concêntrico: por exemplo, os azulados e
violáceos rompidos em direção ao cinza
sempiterno. Há os avermelhados, esverdeados, cores opostas, e
os amarelados que se opõem aos azulados e que têm um
movimento excêntrico em relação ao cinza
sempiterno. Esses movimentos em direção ao centro
criam uma luminosidade porque os escuros ao se romperem não se
tornam claros, mas luminosos (este é um dos segredo da
estrutura cromática em Rembrandt. Há uma modulação
de escuros que se rompem em direção à luz, às
forma se subordinam ao cromatismo e este permite o serpenteamento e
uma certa consciência do espaço plástico e não
uma modelação de claros e escuros de um mesmo matiz
como vemos em Caravaggio, onde as cores se subordinam às
formas). Penso que esses movimentos no quadro que realizei chegam a
um estado de entropia máxima que e retornam à ordem e
essa ordem dá origem a algo quase como uma flor iluminada. O
espaço se constrói como uma lógica. Ou uma
geometria das cores?
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