segunda-feira, 10 de setembro de 2012



Continuando o que escrevi sobre Cézanne e a superfície.  Email para Ricardo Simões.
Ricardo

Só agora te respondo.

Esse seu quadro está me fazendo pensar, inclusive face a sua observação em relação a Clement Greemberg.

Vejamos. Cézanne nos mostrou esse plano à frente do quadro. Há um descolamento de uma estrutura de um plano atrelado à superfície do suporte. Creio que o problema está em se descobrir qual a nova estrutura que Cézanne se apóia. Creio q está baseada em uma lógica da geometria das cores que ainda a de vir Assim Cézanne já apontou para muito mais do que esse crítico sugeriu: a dimensão planar da pintura, esta inteiramente subordinada a estrutura do suporte.
Em Cézanne podemos, então, compreender o que ele escreveu a Émille Bernard: “Trate a natureza através doa esfera, do cilindro e do cone, tudo situado em perspectiva, ou seja, que cada lado de um objeto, de um plano, se dirija a um ponto central.”
Como ele disse que queria chegar à perspectiva unicamente pelas cores certamente devemos pensar não em formas geométricas como formas geométricas históricas que permitam a construção de um espaço plástico. Será que a geometria dos fractais pode ser tomada como um apoio? Cézanne se refere às pequenas sensações. Em cada uma delas se manifesta o cinza sempiterno que é um ponto. Não seria esse ponto para o qual os lados dos objetos e dos planos se dirigem? Neste caso haveria um fracionamento e em todos uma constante, esse ponto. 

Abro aqui um parêntesis.

O Brasil é um país curioso. Tivemos aqui o fenômeno do Manuel Antônio de Almeida que foi realista muito antes desse movimento surgir na Europa. Mas ainda somos um país que culturalmente de atrelada  às descobertas de fora. Olhamos pouco para a nossa história das artes (será que ainda por escrever?). Manoel Antônio de Almeida devia naturalmente ser leitura  de todo brasileiro. Se não ainda não é nos podemos indagar o porquê.   
Entre os pintores americanos modernos podemos ver as obras de John Marin e Krehbiel.

 John Marin


Krihbiel

Dos artista brasileiros Martinho de Haro e Guignard


        
         Marinho de Haro


        Guignard

Ainda aqui no Brasil podemos citar o artista Orlando Mollica.



Mollica

Continuo então, mas ainda de forma bem resumida. Preciso de mais tempo.   Ainda o descolamento da estrutura desse plano. Frank Stella percebeu esse problema de e basta vermos um de seus trabalhos para o compreendê-lo.


   Frank Stella

Já o seu quadro nos inquieta, pois parece que temos que descobrir essa nova estrutura na qual ele se baseia. Não é estrutura subjacente do suporte ou na geometria euclidiana que ele se liga e que  a partir dela se constrói.


   Ricardo Simões


Veja o que me escreveu uma amiga, Célia Galdino de Pattacini. Muito pertinente.


Te escrevi um e-mail comentando q estou pensando um publicar um livro com textos q escrevi. Um deles q havia pensado está no meu arquivo mais infelizmente sem a imagem de seu quadro. Será que vc ainda tem essa imagem? Depois de escrito gostaria tbm de colar na minha pag do Face.

Fico esperando suas observações. Fico sempre com muitas dúvidas.

De qualquer forma creio que estou me encaminhando para escrever algo sobre esse seu novo quadro. Muito bom mesmo. Parabéns.

Abraço JM

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