Essa
obra de BobN está aqui registrada. Temos então o seguinte. Há a obra e há o
registro. A primeira em um espaço imediato. A segunda em um espaço remoto. Este
se perpetualiza e, assim, ganha um passado, um presente e um futuro. Já a obra
está sempre no presente. Nessa
abrangência o trabalho de BobN ganha muitos contornos. Um deles que se
relaciona com os tempos, seja o chronos, kairós ou aión. Outra situação: a obra
mostra uma bancada de feira e nela, “à venda”, bananas e livros. Como banana é
uma coisa e livro outra temos que postos à venda criam situações diferentes,
até mesmo conflitantes pois ninguém vai a uma feira de alimentos para comprar
livros e nem a uma feira de livros para comprar bananas. Não temos como conter
o riso. Citemos, então, Bergson.
“É
cômica toda combinação de atos e de acontecimentos que nos dê, inseridas, uma
na outra, a ilusão de vida e a sensação nítida de arranjo mecânico.”
“Ela delata
nossas extremas e inatingíveis exigências para conosco que, por vezes, tornam
nossas vidas inviáveis. Ela provoca a reflexão sobre as formas como nos
relacionamos, sentimos, pensamos, vivemos. Ela expressa nossa insatisfação,
nossas angústias, nosso sofrimento. Mas ela também nos permite tornar nossas
ações risíveis e, com isso, trazer à tona a leveza da vida.”