sábado, 3 de janeiro de 2015




Assemblages

O ENIGMA

“As ações continuadamente transferidas (não adiadas) são a lógica e são o enigma.”
Milton Machado

No intervalo o vórtice
(quadro)
Da contradição à transparência. Um, dois. E o terceiro? Um segredo impossível de ser revelado?

Do conflito ao limite
Não me parece lógico que dois tons complementares (opostos) gerem uma atonalidade. Como diz Cézanne, na natureza tudo está colorido.
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Externamente o cinza sempiterno é ilimitado. Internamente baliza nossas vidas entre nascimento e morte.
(escala do vm ao vd passando pelo cz semp).

O cinza sempiterno
Um tom se rompe até certo limite. Sua oposta idem. São visíveis. No trajeto de sua oposta de um tom há um intervalo invisível. No centro o cinza sempeiterno. Um não espaço e um não tempo: um enigma.

Luminoso suplício
Estou hoje lúcido como estivesse para morrer.
             Fernando Pessoa
De tão lúcido, sinto-me irreal.
             Dante Milano
[...] mesmo no estado mais claro de sua lucidez, uma possibilidade  de falência e total ruína.
              Paul Valéry

José Maria Dias da Cruz – dez. 2015

Acrilica sobre papel colado em tubo de PVC




Assemblages

LEONARDO E CÉZANNE

“Os olhos são interpretes do coração mas só interessados entendem essa linguagem.”
Blaise Pascal

Conflitos
Há um conflito entre a percepção sensível e a linguagem. Esta substitui a percepção das cores por suas respectivas nomeações. Além da simples percepção tem que haver um saber do olho. A linguagem, a percepção e o saber do olho são atributos do pintor.

O rompimento do tom
(gráfico)
Um tom se rompe quando a pós-imagem se sobrepõe ao tom.

Uma escala de Leonardo
(gráfico)

“Trinta e seis vezes, mas outras cem, o pintor pintou essa montanha”
R.M. Rilke

Das cores
A cor abstrata é substantiva, subsite por si mesma. A cor concreta é adjetiva, é um par, contém em si sua oposta. Sua condição é ser no colorido. O pintor lida com as duas.
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A cor enigmática
A cor é enigmática e não racional. O círculo cromático tradicional tentou racionalizá-la. Voltemos a Leonardo que enumera as cores simples com uma ordem, uma escala cromática.
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A invenção de uma montanha
(quadro)
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José Maria Dias da Cruz  2014




Acrilica sobre papel colado em tubo e PVC



Assemblages

O AZUL E O CINZA
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“Será ela (a sombra) mais bela se pintá-la o mais azul possível no lugar de pintá-la talvez azul.”
Paul Gauguin
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As cores simples
As cores simples são seis e a primeira é o branco, [...] a segunda o amarelo, a terceira o verde, o azul o quarto, o vermelho o quinto e o preto o sexto e assim poremos o branco para as luzes e o preto para as sombras [...]
Leonardo da Vinci
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Escala com as cores simples
(escala)
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Estudo a parir da escala
(estudo)
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Outra escala
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 O rompimento do tom  no lugar do azul
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lr |   |   |<------|   | az
Um laranja se rompe pela
Sobreposição da pós-imagem.
Torna-se azulado.
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“As limitações impostas pelo modelo pós newtoniano do círculo cromático [...] têm levado a contemporaneidade ao recalque de uma experiência fundamental: a do colorido enquanto ao efeito dos ininterruptos rompimentos dos tons.
Marco Veloso

O cinza sempiterno é o ponto de passagem entre cores opostas. Para Leonardo o azul está no intervalo entre as luzes e sombras. Branco/preto, cores opostas.
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José Maria Dias da Cruz – dez 2014