quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Email para Luiz Chysóstomo

Luiz

Estou escrevendo meu quarto livro e realizando meu livro de artista.

Qdo estive na sua casa comentamos um trabalho, está no canto da sala, umas formas pretas projetada para frente. É do Cruz Diez?

Um breve resumo: Com Alberti o espaço da pintura acontecia além da superfície do quadro, lá e a visão era monocular. Leonardo e o serpenteamento introduz uma visão biocular. Os historiadores afirmam q ele introduziu o esfumato, mas a frase de Leonardo sobre os limites qualquer corpo é bem mais complexa. Esfumato é um procedimento e ñ uma questão teórica. Leonardo tenta representar o espaço aqui. Caravaggio dá os primeiros passos para mostrar o espaço da pintura na superfície do suporte. No seculo XX temos o exemplo, entre outros, de Mondrian. Cézanne ao afirmar q entre o pintor e o objeto se interpões um plano, a atmosfera, aponta para um espaço plástico aqui. O espaço da pintura começa a a se aproximar do espaço imediato. Os resultados: a fonte de Duchamp. e muitos outros, de Oiticica com os relevos e parangolés considerando um espaço cromático, ou se vc quiser, um colorido. O espaço aqui é monocular e trá de volta a visão biocular. 

As consequências dessa descoberta de Cézanne são muitas e merecem um estudo profundo. Digo q o pensamento plástico pode chegar à filosofia or seu próprios meios. No caso dos coloridos a uma ontologia das cores. Ñ há mais a necessidade do pintor partir de um pensamento filosófico para chegar à pintura. E digo mais. Pensar a arte contemorânea ocorrendo no espaço imediato aqui e agora.

No meu caso, considerando os coloridos, creio q posso permanecer na pintura sobre o suporte, pois as cores, nas    suas multidimensionalidades podem estar tanto lá, ali como aqui. O cinza sempiterno recupera o serpenteamento vinciano e a insinuação de uma  visão biocular.

Então te pergunto o seguinte. Seria possível vc me enviar uma foto  do trabalho q acima me referi?

Um forte abraço

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