Nasceu na Rua Luís Barbosa, nº 421 2 , bairro de Vila Isabel, zona norte da cidade do Rio, de onde aos quatro anos, por motivos de saúde familiar, mudou-se para Barbacena, Minas Gerais, onde seu pai fundou uma fábrica de especialidades farmacêuticas3 — não sem antes terem passado por Ilhéus e Sítio —, e ali permaneceu com a família até 1918 ou 1919, data em que a Gripe Espanhola
pareceu ali também grassar entre seus parentes e familiares, qual no-lo
sugere a sua obra literária, de inspiração autobiográfica. Seu pai era o
químico, empresário e professor Manuel Dias da Cruz Neto4 , neto do segundo Barão da Saúde5 (renomado e rico comerciante de madeiras, por D. Pedro II agraciado a um ano da Proclamação), fundador da Quimioterápica Brasileira Limitada e professor da Escola de Farmácia do O'Grambery (Juiz de Fora) e da Escola de Agronomia do Estado do Rio (Niterói)6 , e sua mãe, dona Rosa Reis Dias da Cruz7 , da família Rebelo Reis, proprietária de fazendas e caieiras em Cantagalo e Magé.
A contar cinco anos, por ligeiras instruções familiares, aprendeu a ler a sós com a revista O Tico Tico, da qual rapidamente passou à Gazeta de Notícias, pela qual, segundo conta,8 fez-se em seguida formado em assuntos da Grande Guerra. O aprendizado das primeiras letras, completou-o à escola de dona Rosinha Ede (retratada no conto "História", de Oscarina), onde lhe despertou o voraz hábito de leitura o romântico Coração, de Edmundo de Amicis — primeira obra lida e que o marcará como escritor.
Vocacionado e influenciado pelo pai, é de sua estadia em Minas Gerais — sobretudo entre os 9 e 11 anos — a leitura e absorção da Bíblia e de bastantes obras literárias, no mais francesas, nórdicas, portuguesas e brasileiras, dentre as quais as de Anatole France, Balzac, Selma Lagerlöf, Andersen, Camões, Camilo Castelo Branco, Olavo Bilac.
De volta ao Rio, agora instalado em Copacabana, é provável tenha cursado o antigo ensino secundário no Colégio Andrews (c. 1918-1923), submetendo-se a preparatórios examinados em 1924 e 1925, no Colégio Pedro II.
Aos quinze anos (1922), porém — descobertos Manuel Antônio de Almeida e Machado de Assis
—, fora levado pelo pai a ter um triênio de aulas com o gramático e
filólogo Mário Barreto (retratado em "Depoimento Simples", de Oscarina), filho do também filólogo Fausto Barreto (este, autor de Antologia Nacional, junto de Carlos de Laet) e que lhe ensinou latim,
submeteu-o a rigorosas redações semanais — com temas estipulados — e
lhe apresentou a clássicos portugueses — estudos que lhe incutiram, ou
reforçaram, profundo desvelo pela língua portuguesa e que concorreram para a eficiência e fluidez de sua prosa.
Rebelo chegou a cursar três anos de Medicina em fins da década de
1920, abandonando-o no entanto, para, dedicando-se intensamente à vida
de escritor, trabalhar no comércio (Cia. Nestlé) e, mais tarde, no jornalismo (1951), havendo bacharelado-se em Ciências Jurídicas e Sociais em 1937 pela Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil (atual UFRJ) e a diplomar-se, em 1945,
no Curso de Extensão Universitária de Literatura Norte-Americana, do
Instituto Brasil-Estados Unidos e Universidade do Brasil, com tese sobre
o escritor norte-americano Bret Harte.
Casado de 1933 a 1939 ou 1940 com dona Alice Dora de Miranda França (de quem teve os filhos José Maria Dias da Cruz, renomado artista plástico, e Maria Cecília Dias da Cruz, uniu-se em 1940 ou 1941 com dona Elza Proença († 1998), que lhe foi secretária até o fim da vida.
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