Oi Zé, tudo bem?
concordo com seu ex-aluno. Seria uma boa ver o quadro ao vivo, sobretudo
quando o penso com os trabalhos que vi no seu ateliê com o surgimento
das cores "desconstrutivas" (isto é, aquelas que emergem justamente pelo
exame de suas partículas - talvez precise explicar-me mais
cuidadosamente depois). Engraçado você batizar o nome do arquivo de
"quadro sem-vergonha", acho que, por trás do humor revela uma
afetividade tão íntima, tão cúmplice da pintura...
Quanto a sua pergunta, confeso que eu não sei responder (e acho que nem é
o caso), mas talvez me permita um chute. Será que, uma geometria das
cores não é apenas um indício de uma outra perspectiva (nos vários
sentidos da palavra) que possa estar se anunciando? Dizendo isso em
outras palavras, talvez o que comece a aparecer é uma outra
possibilidade de refletir sobre elas que ultrapassa a fronteira da
geometria para refletir sobre uma espacialidade em um mundo a um só
tempo (e paradoxalmente) cada vez mais físico e virtual. Já que tocamos
em Cézanne, mas também Seurat, e, pensando no seu espaço, coloco a
seguinte questão: como é ser envolvido fisica e corporalmente pelo azul
do céu? Dito de outro modo, como somos envelopados pela cor, sentimo-la
corporalmente mesmo que seja tão fluida? Desconfio que é esta dúvida que
emerge quando você explora esta monadologia das cores.
Continuemos a conversa! Curioso que desta vez meu atraso foi por pensar
desde seu e-mail sobre quantas coisas o seu "quadrinho sem-vergonha"
traz!
ciao,
GB
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