Um suporte retangular tem uma
estrutura subjacente formada por suas diagonais, e passando pelo ponto central,
o eixo vertical e a horizontal. Considerando essa estrutura Matisse afirma: Se
tenho uma folha de papel com uma dimensão dada, farei um desenho que tenha uma
relação necessária com seu formato.
No esboço para um quadro nessa
assemblage as duas formas à esquerda e à direita criam uma desarmonia em
relação àquela estrutura. subjacente. Entre elas um colorido no qual se
manifesta o cinza sempiterno que harmoniza o espaço plástico criado. O eixo
vertical se instabiliza ou cria um serpenteamento,, uma margem de uma imagem ou
o limite instável de um corpo. Miguel Ângelo sobre esse limite q ele é no
finito.
Cito um poema de Michael Palmer e
aqui enfatizo os versos:
No zero
das ruas e das janelas
Um braço na geometria
De um nada ou zero potencializado
um fato plástico é criado. O vir a ser de uma geometria é criada, ou seja, a
possibilidade de um espaço, forma e cores.
Braque diz que explicar uma coisa
e substituir a coisa pela explicação. Contentei.me, então, em apenas
traduzir para a linguagem plástica esse instigante poema de Michael Palmer
José Maria Dias da Cruz, Florianópolis, 2017